Banca de QUALIFICAÇÃO: Victor Hugo Amancio do Vale

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Victor Hugo Amancio do Vale
DATA : 08/12/2022
HORA: 16:00
LOCAL: Plataforma Teams
TÍTULO:

"CLIMATOLOGIA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DA FAZENDA-SP: OLHARES DIVERSOS"

PALAVRAS-CHAVES:

 

Climatologia; Topoclimas; Mapeamento Geomorfológico; Percepção Climática

PÁGINAS: 125
RESUMO:

A climatologia geográfica, é uma ciência de síntese pois apresenta um maior interesse pelas combinações dos processos que ocorrem na baixa atmosfera, incluindo os processos antrópicos e não apenas os elementos climáticos tomados de forma isolada. Os estudos de climatologia local em áreas rurais e/ou áreas protegidas são ainda incipientes quando comparados com análises da climatologia urbana, e pode auxiliar gestores de unidades de conservação na questão do planejamento e tomada de decisões com um maior conhecimento do ritmo climático e da sucessão dos tipos de tempo nessas localidades. Este trabalho, dividido em três capítulos, procura fazer uma análise sob uma perspectiva integrada do clima, com uma análise dos topoclimas e do ritmo climático, a geomorfologia e seu respectivo mapeamento, e também a influência que o comportamento do tempo/clima causa em uma comunidade tradicional e como é percebida por ela. A área de estudo se limita a Bacia Hidrográfica do Rio da Fazenda localizado no município de Ubatuba-SP, cercada pela serrania e planície costeira da Serra do Mar, inserida no interior de duas Unidades de Conservação (Parque estadual da Serra do Mar e Parque Nacional da Bocaína). Uma análise topoclimática foi realizada no capítulo I onde utilizou-se medições de clima em escala local, com termohigromêtros ao longo da bacia hidrográfica, para entender a relação entre o relevo e o comportamento do clima utilizando a metodologia de análise multicritério. Através dessa abordagem divide-se a área em unidades topoclimáticas, com o intuito de demonstrar o efeito chave que os atributos geográficos possuem em relação a estrutura climática de uma localidade, podendo ser útil tanto para fins de planejamento ambiental como de pesquisas ecológicas. A topografia age como fator determinante da diferenciação topoclimática, logo a importância do mapeamento geomorfológico realizado no capítulo II, com um conjunto de mapas produzidos no QGIS a partir do modelo digital de elevação (MDE) que demonstram a hipsometria, declividade e orientação das vertentes da área de estudo. A partir desse banco de dados geográficos pretende-se chegar ao mapa índice de dissecação do relevo segundo a proposta de Ross (1994) e fluxo de drenagem do Rio da Fazenda. No terceiro capítulo busca-se analisar a percepção climática dos moradores da bacia hidrográfica, que formam uma comunidade quilombola no interior do parque. Como base teórica é utilizado as ideias de Sartori (2000) sobre percepção climática e Sant´Anna Neto (2022), e sua ideia de clima relacional, onde é analisado o clima na visão dos quilombolas, principalmente na sua dimensão cultural, simbólica e de vivências. Estudos sobre percepção ambiental são valorosos para a compreensão das relações entre indivíduos e ambiente, e também uma ferramenta para a administração de gestores e para as populações inseridas em Unidades de Conservação para participarem do processo de tomada de decisão dessas áreas. A metodologia utilizada será de analise qualitativa por meio de entrevista com aplicação de questionários, e roda de conversa com os moradores. Como resultado esperado da pesquisa busca-se compreender o clima, em aspectos de dimensões diferentes, mas que se conectam entre eles, indo além da dicotomia física-humana dentro da ciência geográfica.

MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - EMERSON GALVANI - USP
Interna - 2211012 - ERCILIA TORRES STEINKE
Externa ao Programa - 2141254 - ROSELIR DE OLIVEIRA NASCIMENTO
Presidente - 1122824 - RUTH ELIAS DE PAULA LARANJA