A EXPANSÃO DO ATACAREJO NO BRASIL: DINÂMICA URBANA E REGIONAL
Geografia; Consumo; Comércio; Supermercados; Atacarejos.
O varejo alimentício no Brasil tem acompanhado a tendência internacional na oferta de uma ampla variedade de formatos de varejo físico nos espaços comerciais urbanos. Encontram-se sobretudo nas grandes e médias cidades por todo país, os tradicionais minimercados, lojas compactas no formato express, supermercados de vizinhança, supermercados tradicionais, hipermercados e atacadistas. Um formato novo em específico tem atraído a atenção dos grupos empresariais e dos consumidores, trata-se do chamado atacarejo cuja própria denominação já denuncia seu caráter híbrido: atacado e varejo. O objetivo da pesquisa é analisar a expansão das lojas de atacarejo no Brasil e sua dinâmica urbana e regional. A pesquisa contou com a análise das 10 maiores empresas que atuam com o ramo no Brasil, contabilizando ao todo 849 lojas. Como resultado, verificou-se a topologia territorial das redes de atacarejo de acordo com a classificação da hierarquia urbana utilizando como critério a pesquisa da região de influência das cidades do IBGE. As empresas multinacionais são as que possuem o maior número de lojas e poder de capilaridade no território nacional, com presença nos mais diferentes estratos da rede urbana. A despeito disso há ainda uma predominância das lojas de atacarejo nos espaços urbanos metropolitanos cuja concentração populacional e de renda configuram fatores determinantes a despeito da maior concorrência. Os grupos regionais também se destacam com a realização de investimentos na criação de lojas do formato atacarejo tendo como estratégia espacial principal a atuação em capitais regionais, centros sub-regionais e centros de zona. Conclui-se que o formato acatarejo é o grande destaque do setor do varejo alimentício posto que é o modelo de loja que mais cresce no país. As razões do seu sucesso devem-se à melhor adaptabilidade ao contexto de crise econômica marcada pelo aumento do desemprego e queda da renda das famílias. Do ponto de vista espacial, as escolhas locacionais correspondem ao poder de capital das empresas com diferenças muito marcantes no uso do território pelas redes multinacionais e regionais.