Banca de QUALIFICAÇÃO: RODRIGO AMORIM CASTELO BRANCO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : RODRIGO AMORIM CASTELO BRANCO
DATA : 26/05/2024
HORA: 14:00
LOCAL: à distância
TÍTULO:

TEMPOS DE HAN: REINOS DA NEGATIVIDADE


PALAVRAS-CHAVES:

Tempo; Chul Han; negatividade; Terra; coisa.


PÁGINAS: 232
RESUMO:

Este texto é fruto de um forte empenho em reunir negatividades hanianas, sobre elas discutir e problematizar suas questões. Em hipótese alguma a positividade é protagonista aqui. Raramente, ela emerge, porém apenas para demonstrar contra qual perigo Chul Han se apõe. Para além dessa contraposição, dediquei o meu tempo de pesquisa e de escrita a fim de rememorar e recuperar os bons tempos nos quais negatividades reinam, são acolhidas e amadas. Por isso, este texto trata de amor aos tempos áureos, primordiais, principiais, aqueles que fundamentam a vida, o ser-no-mundo de cada vivente, o ser-com-o-Outro baseado na sedução e no amor. Aqui não se louva apenas o amor ao Outro humano, mas também à terra, à coisa objetual que recusa se desfazer na liquidez e fluidez dos tempos correntes. Todas as linhas desta tese exaltam as belezas que o mundo terroso cede de presente aos seus habitantes: a coisa material, sólida e robusta, impactante, pesada e cortante. Ela, a coisa, precisamente por ser pesada encontra-se fixa como rocha, por isso é capaz de instaurar limites e soleiras que sustentam e norteiam os humanos hoje e também em tempos vindouros. A coisa pode ser uma materialidade significava ou um humano com o qual me relaciono. Nesse segundo caso, trato de temas essenciais como abertura à vista e voz do Outro, encontro com o Outro, fraqueza para o Outro, ser-com sedutor e ser-com amoroso, mas também a dor da ruptura que por vezes acontece na relação eu-Tu. Por isso, por não haver desvio possível, temas como dor e coragem para a dor são objetos de meditação. O tempo do Nós, no qual se inclui o bom cansaço enquanto motor conjugador da comunidade, também é recuperado aqui. Nesse momento do trabalho, outras cinco negatividades são discutidas: saudação, hospitalidade, silêncio, lentidão e conclusão. Cada uma delas advém enquanto elementos fundamentais de enfraquecimento do ego, da subjetividade. A egoidade cede espaço à Alteridade, surge o mais-do-menos-eu, o eu fraturado, ferido pelo Outro, Outro este que é compreendido por Chul Han enquanto salvação do ego que se encontra ensimesmado, interiorizado, narcisificado. Por fim, a última parte desta tese trata de recuperar três outras importantes negatividades hanianas, a saber, re-petição, atopia e idiotismo. Elas possuem uma essência em comum: são regidas por rituais e posturas que valorizam símbolos, tradições e autoridades. O ente atópico e idiótico se negativam no pedido de acesso ao que a História a eles lega: teorias e práticas, bases e vias de reflexão, conceitos e juízos. Assim, o ente atópico respeita e valoriza o mundo circundante e, dele partindo, cria suas teses-mestras. Estas, por consequência, tornam-se negatividades que incorporam temporalidades ancestrais. O télos deste trabalho, a partir da discussão e problematização de negatividades, é demonstrar criticamente que o esforço da filosofia de Chul Han não é apenas evidenciar um diagnóstico de época que acuse modernos e pós-modernos de instaurem, a partir da hiperprodutividade e hiperinformação, uma sociedade do cansaço, paliativa, transparente, que violentamente expulsa o Outro a cada vez. Aqui, ao invés de teorizar sobre o cansaço enquanto burnout, falo em bom cansaço, cansaço negativo, que lança o ego ao mundo do Nós, recupera a sua estima e força. Ao invés de falar em transparência, trato da negatividade da intransparência, do véu e do velamento que impedem a sociedade de se tornar totalmente informativa e exibicionista. Portanto, aqui, não existem outros protagonistas que não sejam temporalidades recuperadoras da vida factizada pela terra, para a terra e na própria terra. Terra aqui não quer dizer outra coisa do que solo sustentador do mundo e de todos os seus entes.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - DANIEL RODRIGUES RAMOS - UFT
Interno - 1545164 - MARCIO GIMENES DE PAULA
Presidente - 1984220 - MARCOS AURELIO FERNANDES
Interna - 2007664 - MARIA CECILIA PEDREIRA DE ALMEIDA
Notícia cadastrada em: 30/04/2024 14:07
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