Avaliação da sustentabilidade hídrica subterrânea da bacia hidrográfica do Rio de Janeiro no oeste da Bahia
Reserva. Disponibilidade. Gestão de Bacia.
A região Oeste da Bahia se destaca como uma das principais fronteiras agrícolas do país, praticando uma agricultura de alta tecnologia para produção de grãos com destaque para a soja e o milho. Esse destaque é influenciado pela disponibilidade de recursos hídricos proporcionados pelo Sistema Aquífero Urucuia, com poços produzindo vazões nos poços na ordem de 500m³/hora, proporcionando a irrigação. Neste contexto a BHRJ apresenta grande pressão pelo uso da água subterrânea com a explotação por poços de alta vazão. Para uma sustentabilidade hídrica da bacia, faz se necessária adoção de medidas para uma gestão eficiente dos recursos hídricos. O objetivo deste trabalho foi estimar a disponibilidade hídrica subterrânea da bacia, que foi obtida por meio do cálculo da recarga do aquífero na BHRJ, utilizando três métodos para estimar a recarga, foi utilizado o método da recarga potencial direta (RPD), curva de recessão e variação do nível d’água (VNA), que foram subtraídos da explotação dos poços na bacia, e assim, obtendo a disponibilidade hídrica subterrânea. Foram utilizados dados de monitoramento climatológico do INPE e hidrogeológico da Rede Integrada de Monitoramento, Rede RIMAS/CPRM. A precipitação média para o período de 1980-2020 na bacia foi de 1.200 mm/ano e a RPD foi de 20,23 m³/s e a RPE de 4,05 m³/s. Os resultados da aplicação do método WTF demonstraram que para o período de 2011-2020 a recarga média total média foi de 985,48 mm e uma recarga de 235,30 mm representando 31,30 % da precipitação. Os resultados da curva de recessão demostram que no período de 1978-2020, indica que após o fim do período de chuva na bacia, o fluxo de base contribui com aproximadamente 50% da vazão do rio, ou seja, na recessão toda a vazão do rio é contribuída pelo aquífero Urucuia. A estimativa da recarga das águas subterrâneas é uma das ferramentas mais importantes na gestão dos recursos hídricos, permitindo conhecer a quantidade de água que o aquífero pode produzir para a explotação. Como também, serve de base para as informações na adoção de políticas públicas para a gestão integrada de um planejamento sustentável. Os resultados do estudo mostram que ao longo dos anos observados, verificou-se uma ocorrência de quedas significativas da precipitação e da vazão do rio ao longo dos anos hidrológicos, fato que pode estar associado à crescente utilização do solo pela agricultura.