TELEFARMÁCIA NO BRASIL: PANORAMA DOS SERVIÇOS CLÍNICOS PROVIDOS POR FARMACÊUTICOS DE FORMA REMOTA
Saúde Digital; Telefarmácia; Estratégias de eSaúde; Inquéritos e Questionários; Assistência Farmacêutica
Introdução: O uso das tecnologias de informação e comunicação na farmácia clínica é uma das principais inovações para o cuidado das pessoas. Este modelo é crescente e torna-se oportuno conhecer os cenários para o planejamento e aprimoramento das ações. Objetivo: Investigar o cenário da telefarmácia no Brasil, incluindo o perfil dos farmacêuticos, os serviços ofertados, as modalidades e a satisfação profissional, além de analisar a associação da telefarmácia com variáveis de interesse. Métodos: O estudo foi conduzido em duas etapas. Inicialmente, houve o desenvolvimento e validação do questionário Telefarmácia Brasil (TelefarBR) empregando-se a técnica Delphi. Posteriormente, foi conduzido um estudo transversal no formato de web survey. Resultados: O questionário foi elaborado na tríade estrutura processo-resultado de Donabedian, contemplou vinte questões e na validação de conteúdo houve dez pesquisadores, sendo dois de cada Região do país. Na pesquisa pela internet realizada em âmbito nacional, participaram 119 farmacêuticos, sendo 75,6% do sexo feminino, 53,8% possuíam idade compreendida entre 31 e 40 anos, 35,3% executavam a telefarmácia na Região Sudeste e 89,8% iniciaram os serviços clínicos de forma remota a partir do ano 2020. As farmácias sem manipulação ou drogarias foram os principais locais de condução da telefarmácia (47,1%). O acompanhamento farmacoterapêutico (63%) e a educação em saúde (58%) eram os serviços clínicos providos pelos farmacêuticos de forma remota em maior frequência. A teleconsulta foi a modalidade predominante (89,9%). Além disso, notou-se elevada satisfação profissional com a telefarmácia (89,9%). Houve associação positiva entre acompanhamento farmacoterapêutico de forma remota em pessoas com condições crônicas não-transmissíveis (RP=4,63 IC95%1,72;12,45). Conclusão: A telefarmácia é utilizada em todas as regiões do Brasil e aponta-se como modelo promissor para os serviços clínicos providos por farmacêuticos. O TelefarBR revela-se como um instrumento a ser empregado para caracterizar a telefarmácia nos serviços de saúde. Sugere-se que ações futuras priorizem o fortalecimento da educação dos profissionais na área, a fim de possibilitar a ampliação dos serviços, bem como, oportunizar o acesso, a resolutividade e o cuidado integral à população brasileira.