TRANSITORIEDADE E PERMANÊNCIA: A TENSÃO ENTRE USO E PRESERVAÇÃO DOS ACERVOS MATERIAIS E DOCUMENTAIS DO PALÁCIO ITAMARATY DE BRASÍLIA.
Palácio do Itamaraty; Acervo documental; Acervo material; Arquitetura moderna; Design moderno brasileiro; Preservação;
Esta tese apresenta os acervos documental e material do Palácio Itamaraty de Brasília, sede do Ministério das Relações Exteriores, e investiga a tensão entre a utilização e a preservação desses conjuntos. Partindo do princípio de que grande parte do mobiliário moderno e histórico continua a ser utilizada no cotidiano, propõe-se compreender o Palácio como um espaço híbrido, no qual arquitetura, design e documentação se articulam de forma integrada. Fundamentada no trinômio Arquivo–Museu–Lugar de Representação, a pesquisa analisa como essa articulação pode fortalecer a preservação e a valorização do patrimônio institucional. O estudo organiza-se em torno de três eixos principais: a formação do acervo documental (com ênfase nos registros de arquitetura e design); a constituição do acervo material (móveis expostos ou em uso); e os desafios contemporâneos da conservação em contextos institucionais. A análise tem em conta os diversos valores atribuídos a documentos e objetos — documental, probatório, artístico, patrimonial, simbólico, entre outros — com base em autores como Schellenberg, Bellotto, Riegl e Susan Macdonald. A metodologia adotada é de base qualitativa, combinando pesquisa documental, levantamento fotográfico e revisão crítica da bibliografia especializada. Conclui-se que a formulação de diretrizes específicas para acervos em uso e a integração entre as dimensões arquitetônica, museológica e arquivística são fundamentais para garantir a integridade e continuidade do legado material e simbólico do Itamaraty.