Transborda Brasília - expografia e arquitetura
Arquitetura; expografia; curadoria; arte contemporânea; Brasília
O projeto expográfico apresenta-se como um campo fronteiriço entre a arquitetura e a arte, mediado pela curadoria, determinado pelo espaço dado, e finalmente confrontado pelo espectador. Cabe ao arquiteto a concepção e estímulo a um passeio, o caminho que por fim é particular a cada observador. Este estímulo é determinado pela edificação que recebe a exposição e é pontuado com surpresas, marcações simbólicas, perspectivas e conceitos curatoriais que conduzem e provocam o olhar. O estudo pretende compreender como o projeto expográficoprovoca o espectador, define ambiências e contribui para a forma como ele vai entrar em contato com a curadoria e com as obras. Como estudo de caso farei um relato de minha experiência profissional à frente do projeto expográfico do Transborda Brasília – Prêmio de Arte Contemporânea que foi realizado em 2015, 2016 e 2018, cujos acervos foram inteiramente renovados a cada edição, reunindo artistas do DF e entorno, e realizada por diferentes grupos de curadores ao longo dos anos. Abordaremos a terceira e última edição, montada na galeria Acervo da Caixa Cultural Brasília, por esta oferecer variados elementos de análise, tais como número reduzido de artistas permitindo a inclusão de mais obras por artistas e sobretudo pelos critérios que nortearam a expografia, baseados na materialidade dos trabalhos expostos e em sua discursividade, para além das inerentes características espaciais geradas por cada obra.