Urbanização Excêntrica: Crescimento, transformação e centralidades de Taguatinga-DF
Taguatinga, urbanização, centralidade, periferia
Este trabalho consiste em uma pesquisa sobre os processos de ocupação e transformação do território do Distrito Federal, localizado na Região Centro-Oeste do Brasil. O foco é deslocado do centro principal, conhecido como Plano Piloto de Brasília, e concentrado na Região Administrativa de Taguatinga (RA III), fundada em 1958, dois anos antes da inauguração da nova capital. Inicialmente criada como uma cidade-satélite, situada a oeste do limite do cinturão verde estabelecido para proteger a área central, Taguatinga se desenvolveu como um núcleo secundário, geográfica e simbolicamente como periferia. No entanto, a pesquisa toma como ponto de partida indícios da relevância dessa região administrativa na configuração do território e na presença de forças atratoras significativas, apresentando uma possibilidade alternativa de análise, para além do papel periférico e preterido daquilo que se entende como Brasília. O objetivo do estudo foi analisar as ações e processos que levaram à formação e ao crescimento de Taguatinga dentro da região oeste do Distrito Federal, bem como sua relação com as localidades adjacentes. Também buscou identificar elementos-chave de sua materialidade que pudessem servir como base para a compreensão de sua configuração espacial atual. Para isso, realizou-se uma revisão bibliográfica abrangendo as temáticas gerais relacionadas à pesquisa, com foco na história da urbanização e do planejamento de Taguatinga e do Distrito Federal, o que se apresenta ao longo de três capítulos. Soma-se a ela a produção de mapas que demonstram a ocupação do território ao longo do tempo. Foram consultadas fontes primárias e secundárias, como projetos, planejamentos e
registros oficiais relacionados à cidade, bem como plantas cadastrais, mapas, documentos fornecidos pela Administração da RA e reportagens da Revista Brasília, além de fotografias que auxiliaram na identificação das presenças, ausências e transformações do espaço e de seus elementos ao longo dos anos. Entre as principais conclusões, destaca-se que, apesar de o Plano Piloto ter desempenhado o papel de cidade-mãe e configurar a centralidade principal, ao longo do tempo, Taguatinga se estabeleceu como um segundo polo de crescimento da metrópole. A partir dela, formou-se uma extensa área urbana que hoje abriga a maior parte da população do Distrito Federal. Taguatinga também se tornou uma segunda centralidade devido à sua localização espacial e ao processo histórico de crescimento em relação às aglomerações ao seu redor, além da concentração de atividades comerciais e de serviços, que atraem a população de toda a região.