A arquitetura da diplomacia: projetos das embaixadas do Brasil no exterior (1962 - 1981)
Arquitetura diplomática; Embaixadas brasileiras; diplomacia cultural; Olavo Redig de Campos; Elvin Dubugras; Ruy Ohtake.
Esta tese propõe a apresentação e a análise crítica dos projetos das Chancelarias e Residências Oficiais brasileiras no exterior projetadas entre os anos de 1962 e 1981 pelos arquitetos Olavo Redig de Campos, Elvin Mackay Dubugras e Ruy Ohtake. A pesquisa se justifica devido à escassez de informações sobre os projetos das representações diplomáticas brasileiras e busca contribuir para os campos da arquitetura e da diplomacia. A metodologia envolveu o levantamento de documentação em acervos particulares e institucionais, o redesenho das soluções de projeto e a análise das Embaixadas a partir de critérios objetivos e subjetivos. Os parâmetros analíticos incluem a análise da relação dos edifícios diplomáticos com a cidade (index), a compreensão dos elementos que compõem as fachadas (símbolo) e a identificação dos elementos que comunicam a vinculação ao Brasil (ícone). A hipótese da pesquisa é que as Embaixadas brasileiras possam ser produtos da diplomacia cultural e instrumentos para a implementação do soft power brasileiro nos contextos em que se inseriram. A revisão bibliográfica explora aspectos da arquitetura como produto de representação e exportação a partir de trabalhos similares nos contextos europeu e norte-americano, bem como aborda temas cruciais para entender as relações entre arquitetura e diplomacia no cenário brasileiro, fundamentando-se em aspectos históricos, políticos e diplomáticos. Na parte final do trabalho são apresentados e analisados os projetos das Embaixadas em Beirute, Washington D.C., Buenos Aires, Lagos, Riade e Tóquio. Os resultados destacam a intenção orquestrada pelo Ministério das Relações Exteriores em investir em projetos realizados por arquitetos brasileiros a partir dos anos 1960 como parte de ações estratégicas para garantir a presença do Brasil em determinados contextos. As conclusões ressaltam a aplicabilidade prática da pesquisa como ferramenta para o conhecimento e para a preservação das Embaixadas brasileiras no exterior.